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22 março de 2024

Fiocruz lança o documentário “Mulheres & Covid”

Com depoimentos fortes e impactantes de dez mulheres, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou o documentário “Mulheres & Covid”, no auditório do Museu da Vida Fiocruz.  Essas mulheres são de diversos grupos da sociedade, que fizeram parte de movimentos e instituições que se organizaram em prol do coletivo e foram fundamentais para ajudar a salvar vidas e a mitigar a fome e a miséria durante a emergência sanitária.

“Diferente do que podemos imaginar, a pandemia não foi igual para todos. Houve uma pandemia para homens, uma para mulheres e outras para as crianças. Assim concebemos o recorte do filme. Entender como a pandemia estava sendo vista e lidada pelas mulheres”, explicou o coordenador do projeto e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Cassius Schnell.

Para a vice-diretora de ensino da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), a professora Enirtes Caetano, foi muito importante pensar em um relato próprio de pessoas que, desde a infância, são preparadas para atividade do cuidado.  “Nós tivemos uma experiência em que muitas mulheres não puderam voltar para suas casas e por precisarem trabalhar, elas permaneceram longe dos seus lares para não colocarem em risco as suas próprias famílias, porque precisavam cuidar de outras”, disse.

A gestão cultural do documentário foi realizada pela Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), que, no evento, foi representada pelo seu diretor institucional, Luis Fernando Donadio. Para ele ter um produto como “Mulheres & Covid” que registra a história recente e amarga que o mundo viveu é fundamental. “A gente não pode esquecer o que aconteceu, das negligências que houve. Também não podemos esquecer das redes de solidariedade, do empenho, da luta aguerrida de milhares brasileiros, em especial das mulheres que possibilitaram com que o dano não fosse maior”, disse Donadio. “Precisamos lembrar que se não fosse o SUS, os movimentos coletivos nas favelas e as redes de apoio solidária nas periferias e nos rincões do país a tragédia seria maior”, complementa.

A SPCOC esteve presente no lançamento de “Mulheres & Covid”

Como anfitriã do evento, a chefe do departamento do Museu da Vida Fiocruz, Ana Carolina Gonzalez, ressaltou a importância de levar o “Mulheres & Covid” cada vez mais longe e fazer discussões cada vez mais potentes.

Estiveram também no lançamento o Coordenador do Escritório Estadual do Rio de Janeiro do Ministério da Cultura, Eduardo Nascimento; a fundadora da ONG Mulheres de Atitude, Patricia Evangelista; e a diretora administrativa do Ballet Manguinhos, Carine Lopes.  Patricia e Carine protagonizam a obra, junto a oito mulheres, no qual relataram tudo o que viveram durante o período mais difícil da pandemia.

“Ver esse documentário é reviver o trabalho que tivemos e a rede de solidariedade que montamos para socorrer as famílias de Manguinhos. É um registo da memória que não vai se apagar. E que essa rede de solidariedade sirva de exemplo para as novas gerações”, afirma Patricia.

Para Carine, reviver sua história também foi muito emocionante. “O momento da Covid foi tão doloroso para nós, mas de muita luta e resistência. A obra é de suma relevância para que a gente não caia no esquecimento de que o vírus é real, tirou a vida de muitas pessoas e impactou milhares de mulheres, como eu, e projetos como o Ballet Manguinhos”, disse.

Em breve, o Mulheres & Covid será disponibilizado no canal da ENSP, no YouTube, e no acervo digital do Vídeo Saúde, distribuidora de produções audiovisuais da Fiocruz.  O documentário é uma realização do Departamento de Endemias Samuel Pessoa, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Fiocruz, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Johnson&Johnson, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

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